Mba em Gestão Estratégica da Transformação Digital

1. Pessoas, empresas e felicidade

A Transformação está tomando rumos sabidamente perigosos e insustentáveis, tanto economicamente quanto social e ambientalmente. Quais são as responsabilidades dos profissionais, empresas e organizações em geral diante desta realidade e dos possíveis futuros para os quais este caminho aponta? Para onde deveríamos estar caminhando? Sabemos o que queremos? Sabemos do que precisamos? Entender o que gera felicidade talvez seja o caminho. É possível ter colaboradores produtivos se não estiverem felizes? Clientes fiéis? Uma sociedade que aprova os produtos e serviços da empresa? Esta disciplina pretende extrapolar os aspectos técnicos da Transformação Digital e repensar a transformação da própria transformação, para um futuro mais feliz, justo e próspero.

2. Repensando a Transformação Digital

Transformar-se digitalmente, ao contrário do que o termo utilizado pode fazer parecer, é uma missão com desafios em diversas camadas. Além do uso das mais recentes e crescentes tecnologias para digitalizar negócios analógicos, é preciso entender que nossos modelos de negócio atuais precisam ser revistos desde suas bases, que nossos processos de negócios precisam ser entendidos para que os novos sejam desenhados, que a caminhada do ponto inicial até a visão de futuro almejada precisa ser realizada através de projetos estruturados, que as pessoas precisam ser conduzidas através da mudança para que se mantenham confiantes, energizadas e engajadas e que isto precisa estar estrategicamente alinhado. E é por isso que a gestão por processos, projetos, mudanças e alinhamento estratégico deve ser a base para esta transformação.

3. Contexto histórico da transformação

Para entender de forma mais completa, profunda e analítica a Indústria 4.0 (ou Quarta Revolução Industrial) e os desafios da nova economia, faz-se necessário entender a história das três revoluções industriais anteriores e da gestão e gerenciamento de negócios, desde o advento da administração científica até os tempos atuais e mesmo perspectivas futuras, passando por momentos históricos como o Fordismo, Toyotismo ou a reengenharia de Michael Hammer. Ambas as trilhas estão totalmente atreladas uma à outra e vêm se retroalimentando desde que descobrimos que o fogo e a roda poderiam nos auxiliar e otimizar nossas tarefas diárias.

4. Transformação organizacional

Ementa: O termo “Indústria 4.0” deriva do que vem sendo chamada de “Quarta Revolução Industrial”, termos apresentados ao grande público na Feira de Hannover em abril de 2013. O termo foi primeiramente cunhado através de um projeto estratégico tecnológico do governo alemão e, de lá para cá, tem se consolidado diariamente através de novas tecnologias ou da exponencialização de tecnologias anteriormente em processo de evolução. A Transformação Digital vem a reboque do avanço na tecnologia e representa a possibilidade de geração de novos modelos de negócio em praticamente todos os nichos a partir da digitalização de boa parte dos processos executados para funcionamento dos mesmos, realizando uma fusão cada vez maior entre o mundo físico, digital e biológico. Transformar organizações digitalmente significa absorver toda esta ebulição e mudar o modelo mental organizacional.

5. Inteligência, conectividade e dados

Dados são definitivamente o novo petróleo, tanto em relação a seus aspectos positivos quanto negativos. Mas, sendo esta a nova realidade, a única opção é dominá-la e utilizá-la a nosso favor. O uso da inteligência (artificial e humana) sobre os dados será cada vez mais mandatório, e a conectividade para obtenção dos mesmos na maior quantidade e com a melhor qualidade e relevância possíveis também. Como as novas tecnologias ou as tecnologias já há algum tempo em evolução, mas só agora com aplicações práticas acessíveis ao grande público, podem colaborar ou impor novos desafios a este cenário? E como elas impactam na Transformação Digital e por ela são impactadas?

6. Privacidade e proteção dos dados – LGPD

Diante dos novos cenários organizacionais, legais e até mesmo políticos, a privacidade e a proteção de dados tornam-se inerentes à continuidade dos negócios. As regulamentações para este tema, como a GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) da União Europeia e a brasileira LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), já estão balizando a forma como as empresas farão negócio de agora em diante. Compreender os aspectos legais das regulamentações é fundamental, contudo, somente a horizontalização organizacional promovida pela gestão de processos de negócio, a sua adaptação através de projetos e a preparação das pessoas através da gestão da mudança poderão garantir a competitividade das empresas diante deste novo paradigma.

7. Inovação, comportamento e pessoas na Nova Economia

Ementa: O crescente protagonismo das pessoas na dinâmica das organizações, do mercado e da sociedade faz com que seja cada vez mais vital para a sustentabilidade nos negócios entender e respeitar os perfis comportamentais pessoais e absorvê-los da melhor maneira possível para a geração de valor para o cliente, sociedade e meio ambiente ao redor. A criatividade está sendo altamente demandada, mas é preciso entender que cada pessoa tem seu perfil e que todos são necessários para construir algo sólido, sustentável e valoroso. Práticas como o Design Thinking, ludificação e pensamento visual têm ajudado muitas pessoas e organizações a combinar todos estes potenciais e chegar a resultados finais maiores do que a simples soma de suas partes, mas cada perfil precisa ser respeitado e absorvido aproveitando-se suas melhores qualidades.

8. Gamificação e ludificação nos negócios e organizações

Até há pouco tempo os games eram apenas uma forma de divertimento. Mas há um entendimento crescente de que, muito mais do que formas de entretenimento, os jogos são capazes de desencadear transformações sociais significativas e, no futuro, contribuirão para a solução de vários problemas globais. No TED Long Beach Califórnia, em fevereiro 2010, Jane McGonigal, designer de games, afirmou que muitos dos problemas da humanidade podem vir a ser resolvidos a partir do momento em que as pessoas passarem a utilizar as suas capacidades de jogadores, ou seja, as suas características, habilidades, emoções e, principalmente, a vontade de vencer de forma épica. Estudos têm concluído que os jogadores são motivados em fazer aquilo que vale a pena e são inspirados para colaborar e cooperar durante os jogos. Nas organizações, os games vêm sendo aplicados como ferramentas desde a implantação de novos métodos de trabalho até a construção, desconstrução, reconstrução e transformação de modelos de negócios.

9. Tecno-Humanização®

Precisamos para ter bons resultados em nossa Transformação Digital entender todos os aspectos econômicos, sociais e ambentais envolvidos, o que exigirá uma grande capacidade de pensamento abstrato, imaginativo e filosófico. Entretanto, nada disto adiantará sem que haja uma manifestação concreta no mundo prático do dia a dia, a partir de conceitos sólidos e claros, métodos bem estruturados, frameworks abrangentes e dinâmicos e ferramentas eficientes e eficazes. A Tecno-Humanização® trará esta conexão de maneira organizada, simplificada e aplicável no ambiente atual e futuro nos negócios.

10. Sustentabilidade organizacional e no ambiente de negócios (ESG)

Um dos temas mais abordados no momento atual de nossa transformação é o ESG, “Environmental, Social and Governance”, ou seja, a necessidade de pensar não somente na governança corporativa, mas também na governança sobre os resultados sociais e ambientais de uma organização. Esta é uma demanda ética e moral para os negócios do mundo atual, mas também um fator que impacta na boa visibilidade da organização, em sua aceitação social, no engajamento do público e nas possibilidade de investimento nacional e internacional. Muito mais do que um slogan ou uma série de ações isoladas, o ESG exige que a organização tenha uma estrutura que traga as preocupações sociais e ambientais para a própria estratégia organizacional, tanto quanto o market share ou a lucratividade do negócio.

11. Gestão estratégica organizacional

O dinamismo do mercado, dos negócios e até mesmo da sociedade nos tempos atuais faz com que a simples operacionalização dos negócios não mais gere o valor de outrora. Diante deste cenário, torna-se indispensável ao profissional ser capaz de analisar os fatores internos e externos à organização, agregando valor de maneira estratégica, entendendo o cenário global do negócio, as tendências para o futuro e estando atento à percepção de valor sob a óptica dos clientes. Esta nova estratégia diante de um novo cenário precisa guiar as organizações e ser capaz de sair dos limites da alta gestão e perpassar cada camada de produção ou execução de produtos ou serviços.

12. Gestão por objetivos (OKR) e monitoramento de indicadores

As gigantes digitais do Vale do Silício estão se tornando exponenciais através da definição de objetivos claros e audaciosos e da medição do que realmente importa, melhorar a performance organizacional deixou de ser um desejo para ser uma necessidade. Criar estruturas semelhantes para apoio e modernização da gestão de processos de negócio o ajudará a mantê-los estrategicamente atualizados e operacionalmente eficientes, eficazes e efetivos, através do uso constante das melhores práticas e do alto envolvimento e engajamento de todas as partes interessadas. O OKR é uma das opções para fomentar o crescimento organizacional e o aumento de sua competitividade no mercado e, juntamente com outros sistemas como o BSC ou os indicadores, podem mudar o destino de uma organização.

13. Gestão por Processos na Transformação Digital

Transformação Digital é, inequivocamente, uma transformação de processos de negócio. Diante desta constatação, conceituar e contextualizar a disciplina gerencial de BPM – Business Process Management ou Gestão de Processos de Negócio – dentro deste novo mundo torna-se fundamental. A disciplina trará os fundamentos do BPM, suas áreas de conhecimento, ciclo de vida, a importância das tecnologias de apoio, aspectos gerenciais e organizacionais bem como o histórico e evolução do BPM no Brasil, os desafios do passado e do presente e também os novos desafios a serem enfrentados dentro dos novos contextos que temos vivenciado e ainda vivenciaremos.

14. Modelagem, análise e desenho de processos de negócio

Dentro da disciplina gerencial de BPM, a modelagem, a análise e o desenho de processos de negócio representam áreas de conhecimento centrais para a gestão por processos e também para sua referida transformação, e sua correta compreensão é de suma importância para o andamento de qualquer implementação e implantação organizacional. O objetivo desta disciplina será contextualizar adequadamente cada uma das áreas de conhecimento, apresentar a história e conceitos do BPMN (notação mais utilizada atualmente em BPM), outras notações de modelagem de processos, boas práticas de modelagem, ferramentas aderentes às notações e como realizar uma atuação sinérgica e geradora de alto valor.

15. Melhoria contínua com Lean e Six Sigma

A união da filosofia e práticas trazidas pelo Sistema Toyota de Produção (ou Lean) com o Six Sigma, desenvolvido na Motorola para melhoria na qualidade dos processos e eliminação de defeitos, já traz resultados muito positivos para as organizações há bastante tempo.

A Transformação Digital certamente exigirá outras ferramentas, mas sem análise de dados, estudos estruturados, planejamento de solução e melhoria contínua, como realizar uma transformação consistente? É por isso que o Lean, o Six Sigma e sua versão combinada e reestruturada Lean Six Sigma (culminada na carreira dos “Belts”), apesar de já bastante consagrados, continuam sendo mais necessários do que nunca em nosso atual contexto de negócios.

16. Gestão "tradicional" e Ágil de projetos (preditiva e adaptativa)

Apesar da tendência atual à supervalorização da mentalidade Ágil, é preciso compreender que existem contextos e escopos que exigirão práticas mais exploratórias e adaptativas (Ágeis) e outros que exigirão práticas mais preditivas e prescritivas (ditas tradicionais). A capacidade de entender o contexto e combinar / adaptar práticas tem sido chamada de “abordagem híbrida”, que deveria ser a única forma de atuação. Esta consciência, inicialmente direcionada para os projetos, vem se consolidando também na perspectiva da mentalidade pessoal e cultural organizacional, e será indispensável para qualquer transformação almejada.

17. Automação, robotização, mineração e hiperautomação nos processos organizacionais

A utilização da tecnologia em todas as vertentes de um negócio e de qualquer modelo organizacional é, cada vez mais, uma obrigação e não uma opção. O mercado oferece ferramentas para apoio a todas as áreas de conhecimento em processos de negócios: gerenciamento corporativo, organização, gerenciamento dos processos, modelagem, análise, desenho, desempenho e transformação. Utilizar a última ferramenta lançada apenas para ter o sistema da moda pode trazer grandes prejuízos, e entender cada uma das áreas de conhecimento e cada um dos contextos organizacionais certamente lhe ajudará a fazer as melhores opções.

18. Gestão da mudança e transformação

Tanto a gestão de um negócio quanto sua operação ou sua transformação exigem um aprendizado e um esforço para viabilização bastante intensos, mas transformar um negócio já em operação e onde, muitas vezes, a própria gestão precisa ser transformada é um desafio ainda maior. As organizações em geral têm tentado vencer este desafio apenas respondendo reativamente aos problemas encontrados e com base apenas em seus próprios aprendizados e capacidades, mas a mudança é, em si, um tema a ser estudado e aperfeiçoado e precisa receber este cuidado, tanto em seus aspectos mais técnicos quanto em relação à gestão e motivação das pessoas. Para fechar este nosso ciclo de transformação, traremos a reflexão sobre como lidar com tudo o que foi aprendido mantendo as pessoas no centro de tudo e como protagonistas de uma virada de chave que possa trazer valor a todo o ecossistema que compõe um ambiente de negócio.